Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA): Como Funcionam e Por Que Investir Neles

 

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são uma excelente alternativa de investimento para aqueles que desejam diversificar a carteira e se expor ao setor agropecuário brasileiro, um dos pilares da economia nacional. Mas como exatamente funciona o investimento em CRAs? Neste artigo, vamos explorar os principais pontos sobre esse tipo de investimento.

O Que São CRAs?

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos de crédito emitidos por securitizadoras, lastreados em recebíveis gerados por negócios e operações no setor agropecuário. Esses recebíveis podem ser, por exemplo, pagamentos futuros de vendas de produtos agrícolas, contratos de fornecimento, ou financiamentos ligados ao agronegócio.

Na prática, ao adquirir um CRA, o investidor está comprando parte de uma dívida gerada no setor do agronegócio, e o retorno sobre esse investimento vem dos pagamentos desses créditos.

Como Funcionam?

O funcionamento dos CRAs é semelhante ao dos CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), com a diferença de que os CRAs são lastreados em recebíveis do agronegócio. O processo básico envolve os seguintes passos:

  1. Origem dos Recebíveis: Empresas do setor agrícola ou agroindustrial vendem suas dívidas (recebíveis) para uma securitizadora. Esses recebíveis podem vir de contratos de fornecimento de produtos agrícolas, financiamentos de maquinário, entre outros.
  2. Securitização: A securitizadora emite os CRAs para captar recursos no mercado financeiro, vendendo esses títulos para investidores.
  3. Pagamento ao Investidor: O investidor que compra os CRAs recebe rendimentos periodicamente, que podem ser prefixados ou pós-fixados, baseados nos pagamentos que a securitizadora recebe dos devedores do setor agropecuário.

Vantagens dos CRAs

  1. Isenção de Imposto de Renda: Assim como os CRIs, os rendimentos dos CRAs são isentos de imposto de renda para pessoas físicas, o que aumenta sua atratividade em relação a outros investimentos de renda fixa.
  2. Diversificação de Carteira: Investir em CRAs permite ao investidor se expor ao setor agrícola, que muitas vezes apresenta uma dinâmica diferente de outros setores da economia, como o financeiro ou o imobiliário. Isso ajuda a diversificar riscos e aumentar o potencial de retorno.
  3. Rendimentos Potencialmente Atraentes: Os CRAs costumam oferecer rentabilidades superiores a outros produtos de renda fixa, principalmente devido à maior complexidade e aos riscos envolvidos.
  4. Proteção Contra Inflação: Muitos CRAs são indexados a índices de inflação, como o IPCA, o que protege o poder de compra do investidor ao longo do tempo.

Desvantagens dos CRAs

  1. Risco de Crédito: Um dos principais riscos associados aos CRAs é o de inadimplência dos devedores do setor agropecuário. Caso as empresas que deram origem aos recebíveis enfrentem dificuldades financeiras, isso pode impactar os pagamentos ao investidor.
  2. Baixa Liquidez: Assim como os CRIs, os CRAs não possuem tanta liquidez no mercado secundário. Geralmente, o investidor precisa manter o título até o vencimento para obter o retorno total.
  3. Risco Setorial: O agronegócio, embora forte, pode ser influenciado por fatores externos, como condições climáticas adversas, variações nos preços de commodities e mudanças na política agrícola, o que pode afetar os recebíveis que lastreiam os CRAs.

Como Investir em CRAs?

Os CRAs são negociados principalmente em corretoras de valores. Ao investir, é importante prestar atenção às condições do título, como prazo, rentabilidade, garantias e riscos envolvidos. Além disso, como é um investimento mais complexo, é crucial que o investidor entenda o perfil de risco do setor agrícola e avalie se o investimento está de acordo com seus objetivos.

CRAs x CRIs: Qual a Diferença?

Apesar de serem muito parecidos em sua estrutura e funcionamento, a principal diferença entre os CRAs e os CRIs está no setor de atuação. Os CRAs são títulos relacionados ao setor do agronegócio, enquanto os CRIs são lastreados por recebíveis do setor imobiliário. Ambos são isentos de imposto de renda para pessoas físicas e apresentam riscos de crédito e liquidez similares.

Conclusão

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são uma opção de investimento interessante para quem busca diversificação, proteção contra a inflação e exposição ao setor agropecuário brasileiro. No entanto, é essencial avaliar os riscos envolvidos, especialmente o risco de crédito e a baixa liquidez. Para investidores com perfil moderado a agressivo, os CRAs podem proporcionar rendimentos atrativos e isentos de imposto de renda, o que faz desse título uma alternativa a ser considerada no planejamento financeiro de longo prazo.

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